A vida é movimento. As serpentinas desenham no espaço a alegria dos corpos que procuram euforia, beijo, abraço, afago. Arco-íris de confete cai, voa, rodopia. Alegria no salão, na avenida.
Só há lugar para a fantasia. O arlequim não quer mais chorar pelo amor da colombina no meio da multidão. É carnaval, é folia e ninguém chora. Foliões e trios elétricos se misturam. Apoteose, camarote, escola de samba, ala das baianas, glamour, desfile.
Corpos se movem, dançam, sambam: suor, morro, criatividade. Espetáculo: fantasia, carros alegóricos, musas. É carnaval e ninguém fica à toa na vida só pra ver a banda passar.
Serpentinas rodopiam e desenham no ar a alegria dos corpos que se unem numa ginga brejeira pra ver a mulata sambar. Mas o que foi que aconteceu com o arlequim e a colombina? Estão perdidos na multidão, na passarela do samba, no frevo e no maracatu. História de mais um carnaval.
O pensamento balança na saudade das marchinhas. A estrela-d’alva desponta no céu com muito brilho e esplendor. Pode faltar tudo na vida menos arroz, feijão e pão. Oh quanto riso! Oh quanta alegria! Mais de um palhaço no salão. Você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não. O espetáculo bate forte no coração.
Corpos se movem: confete, serpentina e ginga na terra do samba, da criatividade. A alegria não tem cheiro, raça, cor. É carnaval, espetáculo da alegria! Hoje, apenas à toa na vida, felizes na terra do samba.
In.: Calendário Literário/2011 - UNIDUNI editora
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